O Hipnotista marca a minha estreia nos agora tão na moda “policiais nórdicos” e que bela estreia.
Inicialmente causaram-me alguma estranheza os nomes dos personagens, talvez pelo facto de nunca ter lido um livro Sueco. Também os locais têm nomes impronunciáveis, mas essa pequena estranheza vai diminuindo com o virar das páginas e acabamos por ultrapassar rapidamente esse pequeno pormenor.
Não é um novidade que sou um fã deste género de histórias, adoro um thriller bem contado e este hipnotista é uma dessas histórias. Não segue porém os padrões tradicionais do vulgar policial, embora começe practicamente da mesma forma que os outros: Um assassinato no início, a que se segue uma investigação, cria-se uma história ali á volta e no final uma detenção, ou mesmo na maioria dos casos a morte do vilão.
Em o hipnotista o foco principal acaba por nem ser o assassino, pois ao contrário da maioria dos policiais a sua identidade é descoberta quase no início, embora posteriormente acabe por conseguir escapar e lançar o terror. Começa aí uma verdadeira caça ao homem. (o assassino não é José Sócrates).
O Hipnotista é tão diferente dos outros livros deste género que por várias vezes fiquei com a sensação de estar a ver um excelente filme em vez de ler um livro.
A dupla Lars Kepler é minuciosa nos detalhes, mas sem se tornar aborrecida a narrativa, aliás neste livro quase não há momentos mortos, muito pelo contrário o ritmo é vertiginoso e as suas 560 páginas devoram-se num abrir e fechar de olhos.
Tal como a sinopse descreve, Erik Bark é o mais famoso hipnotista da Suécia e é chamado pelo detective Joona Linna para ajudar a delindar o mistério e tentar através de hipnose que o único sobrevivente de um massacre sangrento a uma familia de Estocolmo consiga dar uma pista da identidade do assassino.
O livro consegue ser assustador nas partes em que o Hipnotista, desce ao lado mais profundo e obscuro da mente dos seus pacientes. Existem cenas de arrepiar, principalmente no requinte de crueldade e malvadez de um paciente que é impossível não lembrar o mais famoso dos personagens de Thomas Harris: Hannibal Lecter. Aliás é com este “paciente” que a história chega ao fim e… penso que a rapidez e a forma com que se resolve “a questão” é demasiadamente cinematográfica e absurda, aliás nessa altura tive claramente a sensação de estar a ler um guião para cinema. (lembrei-me de repente de Anjos e Demónios naquela parte em que o helicóptero cai no vaticano), neste caso é um autocarro… seria impossível uma cena daquelas! (bem mas já estou a falar de mais, não quero contar a história para quem ainda não tenha lido o livro).
Resumindo e concluindo: é um livro que não vai decepcionar os fãs de um bom policial.
SINOPSE:
Erik Maria Bark é o mais famoso hipnotista da Suécia. Acusado de falta de ética, e com o casamento à beira do colapso, jurou publicamente nunca mais praticar a hipnose nos seus pacientes e há dez anos que se mantém fiel à sua promessa. Até agora.
Estocolmo. Uma família é brutalmente assassinada e a única testemunha está internada no hospital em estado de choque; Josef Ek, de apenas 15 anos, presenciou o massacre dos seus pais e irmã mais nova, sendo ele próprio encontrado numa poça de sangue, vivo por milagre.
Nessa mesma noite, Erik Maria Bark recebe um telefonema do comissário Joona Linna solicitando os seus serviços – urge descobrir a identidade do assassino e para tal Josef deverá ser hipnotizado. Erik aceita a missão com relutância, longe de imaginar que o que vai encontrar pela frente é um pesadelo capaz de ultrapassar os seus piores receios.
Dias mais tarde, o seu filho de 15 anos, Benjamin, é sequestrado da própria casa. Haverá uma ligação entre estes dois casos? Para salvar a vida de Benjamin, o hipnotista deverá enfrentar os fantasmas do seu passado e mergulhar nas mentes mais sombrias e perversas que jamais poderia imaginar; o que tinha por difuso revela-se abominável, o que tinha por suspeito surge como demoníaco. Para Erik, a contagem regressiva já começou…
Uma leitura compulsiva carregada de suspense. Um mistério caracterizado por estranhos e inesperados contornos.
LITERATURA VS CINEMA:
Entretanto e para quem leu (ou não) “O Hipnotista” já tem disponível a versão cinematográfica do livro, pelo que vi do trailer… promete.
Esta versão é de 28 de Setembro 2012 e é realizada por Lasse Hallström, que não filmava à 24 anos, no elenco: Mikael Persbrandt, Tobias Zilliacus, Lena Olin, Oscar Pettersson, Anna Azcarate, Jonatan Bökman, Helena af Sandeberg, Eva Melander, Gustaf Levin, Ulf Eklund…
Os nomes são estranhos realmente, mas as versões Suecas, geralmente são surpreendentes!
Pelo menos lena Olin é conhecida pelo grande público em “Havana” ao lado de Robert Redford e mais recentemente na série “Alias” por cá conhecida como “A Vingadora”.
Este é daqueles livros que me chama sempre que passo por ele nas livrarias!
😀
Quem sabe um dia compro!
Eu gostei bastante Paula, gostava de brevemente poder ler o executor.
Hoje vi este livro na livraria, mas não leio nada de autores nórdicos desde a saga MIllennium. Dizem que o melhor que anda aí agora é Jo Nesbø, mas não posso confirmar ainda. De momento tenho em casa um policial de Jussi Adler-Olsen e outro de Mari Jungstedt.
sempre que o vejo nas lojas sinto uma tracção pelo livro, mas nunca o comprei. Gostei bastante da tua opinião, mas só me vejo a comprar este livro numa feira ou algo parecido, porque a carteira não está a deixar para mais.
Continua!
Comprem! Não sou muito de ler livro e tals, mas foi um livro que adorei… vale muito a pena.
Ois,
Gostei do teu comentário, parece um livro muito interessante se m duvida 😉
Abraço e continua
Fiquei apaixonada pelos policiais nórdicos com a trilogia Millennium! E estes captam a minha atenção sempre que entro numa livraria, mas nunca trouxe nenhum comigo… Estou a ver que um dia destes cedo finalmente à tentação.
Tenho que lê-lo este ano dê por onde der *_*
Olá Cata, dentro do seu género é muito bom e “muito visual” vale a pena. Tenho a certeza de que irás gostar!
Também achei essa parte do autocarro algo demasiado “hollywoodesco” mas não me chegou a incomodar muito 😛
É mesmo, tem semelhanças ao Hannibal…
O facto da história de Josef ser logo esclarecida no início foi algo que me surpreendeu porque não era essa a ideia que tinha do livro após ter lido a sinopse, mas acho que os autores fizeram uma boa escolha com o rumo que seguiram 🙂
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